Se você for guitarrista provavelmente já ouviu falar de Lucille, mas você sabe a origem desse nome?
Não, não estou falando do taco de Baseball de Negan, da série The Walking Dead, estou falando da lendária guitarra de B.B. King (Riley Ben King).
No inverno de 1949, B.B. King se apresentou na cidade de Twist, Arkansas. Como era inverno e fazia frio, foi aceso um barril de querosene no meio do salão. Durante a apresentação, dois homens começaram a brigar e derrubaram o barril de querosene que imediatamente espalhou chamas para todos os lados como um rio de chamas.
O estabelecimento foi evacuado e todos, inclusive B.B. King fugiram pela porta da frente. Já do lado de fora, B.B. King se deu conta de que tinha deixado sua Gibson acústica estimada em aproximadamente 30 dólares, e voltou ao edíficio em chamas, que por ter a estrutura toda de madeira já desmoronava ao seu redor, escapando por um triz com sua guitarra em mãos. Houveram duas fatalidades no incêndio desse dia.
Na manhã seguinte B.B. King descobre que o motivo da briga foi por causa de uma mulher chamada Lucille, e desde então tem chamado suas guitarras de Lucille, segundo ele, “Para se lembrar de nunca mais fazer uma coisa daquelas“.
Veja o próprio B.B. King contando a história (Inglês):
B.B. King sempre falava muito bem de Lucille:
“Sou louco por Lucille, eu já tive tantas guitarras, e sempre as chamo de Lucille, ela já têm me acompanhado por um bom tempo, e até mesmo me deu certa fama… Acima de tudo, ela me manteve vivo, sendo capaz de comer… Lucille praticamente já salvou minha vida umas duas ou três vezes”.
“O carro parou de girar, ele caiu em cima de Lucille, e ela o segurou” (Sobre um acidente que teve)
“Ás vezes chego a um lugar que nem consigo dizer nada, ás vezes quando estou ‘blue’, parece que Lucille tenta me ajudar, chama por meu nome… Ela é como uma mulher, e a única que já tive que eu sempre pude contar. Eu já me casei e sempre acabei separado de minha esposa, mas Lucille nunca se separa de mim, la sempre fica comigo”.
“Parece que ela adora ser acariciada e tocada. Existe um certo modo para segura-la, certos ruídos que ela produz, o modo com que ela me excita… e Lucille não quer tocar nada além de Blues… Lucille é real, quando a toco équase como escutar palavras vindas dela, mas claro, eu escuto o choro vindo dela. Ás vezes enquanto a toco é como se eu estivesse conversando com ela, ela me diz algo, se comunica comigo. O que me preocupo hoje, é em fazer Lucille soar ainda mais como se estivesse cantando.”
Mais recentemente Lucille foi uma Gibson ES-355, guitarra que B.B. King utiliza a mais de 25 anos, modelo que foi substituido pela “B.B. King Lucille”, baseada no modelo ES-345. Anteriormente, King tocava uma ES-335, a principal diferença entre os dois modelos é que a ES-355 tem o corpo sólido. B.B. King via a ES-355 como um irmão mais velho das guitarras modelo Les Paul.
B.B. King já tocou guitarras Fender, Gretsch, Silvertone, entre outras.
No dia 19 de dezembro de 1997, B.B. King apresentou Lucille ao Papa João Paulo II em um concerto no Vaticano.
No dia 5 de novembro de 2000, B.B. King doou uma cópia autografada de Lucille para o Museu de Música Nacional, nos Estados Unidos.
Espero que tenham apreciado essa aula de história, até a próxima!