Bemol e sustenido são acidentes de uma escala musical, e se encontram entre as notas naturais, por exemplo, a nota que fica entre C (Dó) e D (Ré) é considerada um acidente da escala.
Uma nota sustenida possui um semitom (meio tom) acima da original, ou seja, é um acidente ascendente, deixando a nota original meio tom mais aguda;
Uma nota bemol possui um semitom abaixo da nota original, ou seja, é um acidente descendente, deixando a nota original meio tom mais grave.
Sabendo disso, isso significa que um F# (Fá sustenido, meio tom acima de Fá) é exatamente a mesma nota que um Gb (Sol bemol, meio tom abaixo de Sol), no braço de uma guitarra ou um violão, esta nota pode ser encontrada na segunda casa da sexta corda, na quarta casa da quarta corda, na nona casa da quinta corda, etc.
Apesar de possuir nomes diferentes, e serem utilizadas de maneiras diferentes, ambas as notas se encontram na mesma posição no braço de sua guitarra/violão, e produzem o mesmo som; Essa duplicidade de nomes para notas que produzem o mesmo som se chama enarmonia.
Mas então, qual a diferença entre um F# e um Gb?
Vamos conferir a lista de acidentes:
- Dó sustenido (C#) = Ré bemol (Db)
- Ré sustenido (D#) = Mi bemol (Eb)
- Fá sustenido (F#) = Sol bemol (Gb)
- Sol sustenido (G#) = Lá bemol (Ab)
- Lá sustenido (A#) = Si bemol (Bb)
Repare que não existem as notas Mi sustenido (E#) e Si sustenido (B#), isso porque um semitom acima da nota E (Mi) se encontra a nota F (Fá), e um semitom acima de B (Si) se encontra a nota C (Dó).
Por este mesmo motivo, não existem as notas Dó bemol (Cb) e Fá bemol (Fb), pois meio tom acima da nota C (Dó) existe a nota B (Si), e meio tom acima de F (Fá) se encontra a nota E (Mi).
Técnicamente… É possível utilizar as notas E#, B#, Cb, e Fb, e raramente é possível ver alguma menção dessas notas… Porém, não faz muito sentido considerando que:
- Cb = B (Si)
- B# = C (Dó)
- Fb = E (Mi)
- E# = F (Fá)
Como puderam ver, não faz sentido remover uma nota natural e criar um acidente pouquíssimo utilizado/inexistente em seu lugar, isso só serviria para criar uma complexidade desnecessária para a leitura musical, e seu entendimento.
Uma escala musical é composta por vários intervalos entre as notas, a escala diatônica maior, por exemplo, possui os intervalos: T-T-St-T-T-T-St, onde T=1 tom, e St=1 semitom/½ tom.
Uma escala de Mi maior, então, possui as seguintes notas:
- Tônica: E (Mi)
- +1 tom: F# (Fá sustenido)
- +1 tom: G# (Sol sustenido)
- +½ tom: A (Lá)
- +1 tom: B (Si)
- +1 tom: C# (Dó sustenido)
- +1 tom: D# (Ré sustenido)
- +½ tom: E (Oitava)
Se decidirmos utilizar esta escala com bemóis, esta ficaria assim:
- Tônica: E (Mi)
- +1 tom: Gb (Sol bemol)
- +1 tom: Ab (Lá bemol)
- +½ tom: A (Lá)
- +1 tom: B (Si)
- +1 tom: Db (Ré bemol)
- +1 tom: Eb (Mi bemol)
- +½ tom: E (Oitava)
Repare que agora possuímos duas notas Lá, e duas notas Mi dentro da escala, em suas formas naturais e acidentadas (Bemol), e estariamos ignorando completamente as notas Fá (F) e Dó (C).
Não faria mais sentido utilizarmos todas as notas dentro dessa escala, ao invés de repetir notas dentro dela? Sim, com certeza!
Da próxima vez que for utilizar uma escala, leve isto em consideração!