Já parou para se perguntar de onde veio o nome das notas musicais?
O nome das notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si tiveram sua origem na música coral medieval (Canto Gregoriano). O responsável pelo sistema foi Guido D’Arezzo (992 – 1050), um monge italiano e regente do coro da Catedral de Arezzo (Toscana).
Guido D’Arezzo foi o criador da notação moderna na pauta antiga,
encerrando com o uso de neumas na história da música, e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si (Antes: Ut, Re, Mi, Fa, Sol, La e San),
baseando-se em sete versos de um texto sagrado em latim do hino a São João Batista:
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
Que significa:
Para que teus servos,
possam ressoar claramente
a maravilha dos teus feitos,
limpe nossos lábios impuros,
ó, São João.
Mais tarde Ut foi substituído por Do, para facilitar o canto com a terminação da sílaba em vogal, derivando-se provavelmente de Dominus (“Senhor“, em latim), sugestão feita por Giovanni Battista Doni, um músico italiano que achava a sílaba incômoda para o solfejo.
A nota San foi modificada para a sílaba Si, como abreviação de Sante Iohannes (São João).
A sílaba Sol chegou a ser mais tarde encurtada para So, para uniformizar todas as sílabas de modo a terminarem todas por uma vogal, mas a mudança logo foi revertida.
A Guido d’Arezzo é também atribuída a invenção da “Mão Guidoniana“, um sistema mnemônico usado para o ensino da leitura musical, em que os nomes das notas correspondiam a partes da mão humana.
As sílabas Ut, Re, Mi, Fa, Sol e La, chamadas vozes, não correspondiam a alturas absolutas na escala, mas apenas a graus num hexacorde. A altura das notas era designada por letras de A a G. A partir de um trecho escrito num modo eclesiástico qualquer, podia-se transpô-lo de uma quarta, quinta ou oitava sem modificar nenhuma das vozes sobre as quais o trecho seria cantado. Uma sequência ré-mi-fa transposta de uma quarta continuava a ser considerada Ré–Mi–Fa, na solmização, e não Sol–Lá–Si bemol como no sistema actual, embora fosse designada por G–A–Bb em vez de D–E–F. Mais tarde, nos países latinos, adoptou-se a designação “Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó” para representar “C, D, E, F, G, A, B, C“.
Os países anglófonos mantiveram a utilização de letras para a nomenclatura das alturas musicais. As letras A, B, C, D, E, F e G são utilizadas para as alturas musicais Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá e Sol, respectivamente. Os países de língua inglesa utilizam os sinais # (Sustenido) e b (Bemol) para representar as alterações cromáticas (Acidentes) dessas notas.
Já os países de línguas germânicas utilizam, além das sete letras universais, a letra H, exclusivamente para a nota Si natural, sendo a letra B utilizada para representar o Si bemol. Nessas línguas, as alterações para as outras notas são feitas acrescentando-se a terminação is no lugar de # (Sustenido) e es para b (Bemol). Nas notas Lá e Mi, representadas pelas letras A e E, respectivamente (As únicas vogais do conjunto), na terminação para representar bemol (Por padrão, es) há a contração da vogal que representa a nota e a vogal e do sufixo (As para lá bemol e Es para mi bemol; no entanto, Ases e Eses são Lá dobrado bemol e Mi dobrado bemol, respectivamente).
Portanto:
Ces (Dó bemol), C (Dó natural), Cis (Dó sustenido)
Des (Ré bemol), D (Ré natural), Dis (Ré sustenido)
Es (Mi bemol), E (Mi natural), Eis (Mi sustenido)
Fes (Fá bemol), F (Fá natural), Fis (Fá sustenido)
Ges (Sol bemol), G (Sol natural), Gis (Sol sustenido)
As (Lá bemol), A (Lá natural), Ais (Lá sustenido)
B (Si bemol), H (Si natural), His (Si sustenido)